O Erro Fatal de Mortal Kombat

A história da péssima versão de Mortal Kombat para Super Nintendo

Mortal Kombat foi um sucesso estrondoso e inevitável. Lançado em meio a protestos de famílias cada vez mais preocupadas com conteúdo impróprio nos games, MK conseguiu fazer o mundo se adaptar à sua revolução e foi, ainda, o único jogo de luta que bateu de frente em popularidade com Street Fighter na época.

Nosso artigo de hoje é sobre uma edição específica do jogo, que removeu praticamente tudo que faz de Mortal Kombat, bem, Mortal Kombat: a versão para Super Nintendo.

Vamos relembrar?

O torneio menos sangrento do mundo

Mortal Kombat 1

A Nintendo, já conhecida pela rígida política anti-violência em seus consoles, não pensou nem meia vez: cortou todos os gráficos sangrentos de Mortal Kombat no Super NES e modificou cenas que escancaravam a violência.

Uma das alterações mais engraçadas foi no impacto dos golpes comuns, que tiveram o sangue transformado em… suor. Eu é que não quero levar um chute na boca pra confirmar se só sai água mesmo, mas imagino que não.

E os Fatalities, maior símbolo da franquia, foram completamente arruinados. A finalização de Kano, que arranca o coração do oponente com a mão, foi trocada por uma espécie de empurrão no peito.

O pior é que a animação é idêntica à original, deixando o resultado totalmente sem nexo aqui. Johnny Cage, ao invés de decapitar o inimigo com um uppercut como nos Arcades, prefere só encostar o pé na barriga do coitado. Nunca pensei que eu fosse dizer isso, mas nesse contexto, ser decapitado seria uma morte mais digna.

Nem mesmo o nome Fatality sobreviveu à censura, substituído por um sem graça ‘Finishing Bonus’.

Competição violenta

Mortal Kombat 2

As coisas ficaram ainda mais feias para a Nintendo: sua concorrente direta, a Sega, lançou Mortal Kombat para Mega Drive com um código secreto que libera a violência exatamente como nos Arcades.

A versão da Sega alavancou as vendas do seu console e estabeleceu a Nintendo como a competidora menos ‘madura’ entre as principais, uma fama que a Big N carrega até hoje, de certa forma.

Um pacote medíocre

Mortal Kombat 3

Por mais gigante que Mortal Kombat seja na indústria, e por mais aprimoradas que sejam suas sequências – Mortal Kombat 2, Ultimate MK3 e o reboot da NeatherRealm são ótimos –, convenhamos que o jogo inaugural nunca foi uma obra-prima, nem mesmo nos Arcades.

A profundidade do combate é quase zero, resumida a diferenças mínimas de tamanho nos sprites dos personagens e aos golpes especiais.

Se as pessoas jogavam Mortal Kombat mais pelo choque do tema do que pela complexidade mecânica, a tradução do Super Nintendo acabou não oferecendo absolutamente nada aos fãs.

Mortal Kombat e controvérsia sempre andaram de mãos dadas, mas a polêmica no Super NES foi uma questão de fidelidade artística mesmo, ainda que a arte no caso seja decapitações e uma quantidade hilária de sangue voando pelas telas.

Eventualmente, a Nintendo se ligou e resolveu deixar Mortal Kombat 2 como é, o que – somado a vantagens já conhecidas sobre o Genesis, como a capacidade gráfica – tornou a versão SNES superior.

Custava?

E aí, a fim de mais porrada? Confira nosso artigo sobre a história de Street Fighter 3 ou a retrospectiva de outra série violenta: Dead Space.

Até mais!

Renato Penov
Renato Penov
Olá! Meu nome é Renato Penov, nasci em 1983 e sou apaixonado por games desde criança. Sou formado em Comunicação Social pela ESPM e, além dos games, gosto bastante de desenhar, escrever e de cinema. Para quem curte conteúdo de arte, tenho um perfil no Instagram com tirinhas e desenhos variados: @renpenov. Meu game favorito é Mega Man 3, desde a infância. Meu primeiro console foi o NES, que a gente chamava na época de Nintendinho.

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